sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sam Harris

"A crença de que certos livros foram escritos por Deus (que, por motivos misteriosos, faz de Shakespeare um escritor muito melhor que Ele mesmo) nos deixa impotentes para lidar com a causa mais poderosa dos conflitos humanos, passados e presentes. Como é possível que o absurdo dessa ideia não nos deixe atônitos? Poucos de nós haveriam de supor que tanta gente pode acreditar numa coisa dessas. Imagine um mundo em que gerações de seres humanos passassem a acreditar que certos filmes foram feitos por Deus, ou que determinado software foi programado por Ele. Imagine um futuro no qual milhões dos nossos descendentes assassinem uns aos outros por causa de interpretações discordantes sobre Guerra nas Estrelas ou o Windows 98. Será que qualquer coisa - qualquer coisa - pode ser mais ridícula? E, contudo, não seria mais ridícula do que o mundo em que estamos vivendo agora."

(Sam Harris, A Morte da Fé, p.39)

domingo, 30 de agosto de 2009

ponto. morto.

Era um dia de julho. Desses quentes, com aquecimento global e tudo mais. Sentia o suor escorrendo pela têmpora. Parado no trânsito. Pensando em você. É só o que eu faço. Engata primeira, anda um pouquinho, pára, ponto-morto. Pensando em você. Pensando no que eu queria que você me dissesse. Sonhava acordado. Te via ao meu lado, dizendo o que eu queria ouvir. Sentia um calor dentro de mim, não era do aquecimento global. Era meu. Subia pela espinha. Entorpecia todo meu corpo. E eu sorria sozinho. O sinal ficava verde. O sonho acabava. Engata primeira, anda um pouquinho, pára, ponto-morto. Pego o celular, ninguém me ligou. Vejo as horas. Me pergunto aonde você pode estar agora. Te vejo de novo. Pegando o celular e ligando pra mim, mesmo ocupada, só pra dizer o que eu queria ouvir. O calor volta. Sobe a espinha. Eu sorrio. Abro o celular. Um sentimento de esperança me invade. Ligo. Toca. Ninguém atende. Já imaginava. O trânsito anda. Engata primeira, anda um pouquinho, pára, ponto-morto. Guardo o celular no bolso. Sonho de novo. Você vê uma ligação não atendida. Liga imediatamente de volta só pra falar o que eu quero ouvir. Me entorpece. Sorrio. Um carro buzina. Engata primeira, anda um pouquinho, pára, ponto-morto.
Chego em casa. Lavo as mãos. Vou pra cozinha. A água esquenta. O pó é filtrado. O café é feito. Vejo você. Imagino tomando um café, também. Pensando em mim. O celular toca. Agora é pra valer. Atendo. Ela fala. Eu respondo. Não é o que eu queria ouvir. É rápido. Seco. Só um aviso. Nos falamos amanhã. E eu fico assim. Ponto. Morto.

domingo, 23 de agosto de 2009

dear Mr.Watterson

Teaser from DMW on Vimeo.



trailer do documentário dear Mr.Watterson sobre Calvin & Hobbes. Provavelmente o documentário será lançado só em 2011.

Leia mais sobre o filme e Calvin & Hobbes aqui

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Gripe Suína

"porque, já que é pra ser seguro e parecer louco, que seja com muito mais estilo. Se eles são seguros e parecem loucos, eu sou uma fortaleza e pareço lunático." (Leo P.)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Aonde estão os bons jornalistas diplomados?

A discussão vai longe. Mas a pergunta é pertinente. Os grandes jornais e revistas defenderam publicamente a não obrigatoriedade, mas existem aqueles que defendem.
No Observatório da Imprensa, Alberto Dines questionou "quem contrataria o juiz Gilmar Mendes para dirigir um jornal?" e defendeu a obrigatoriedade do diploma. Disse ele que "este Observador jamais contrataria o ministro Gilmar Mendes para dirigir qualquer veículo jornalístico apesar do seu imbatível curriculum jurídico. Mas entregaria o seu hipotético jornal a um profissional diplomado em jornalismo, de preferência com uma pós-graduação profissionalizante, pelo menos 25 anos de experiência em redações e, principalmente, capacitado para assumir o papel de mediador, questionador e agente das transformações.". Muito bonito. Mas quem é inteligente não se limita a ver somente o diploma. Experiência é fundamental. E até este ano, para se obter experiência na área, somente com diploma. O que Dines falou era o correto até pouco tempo atrás, agora, sem a obrigatoriedade, aquele que possui experiência de 25 ou mais, em redações, capacitado para assumir o papel de mediador, questionador e agente de transformações, sem diploma, pode enviar seu curriculum e ter a mesma oportunidade que o diplomado. Quero dizer, isso é o que eu acho. Mas se quem está contratando possui a mesma mentalidade que Dines, o experiente sem diploma está fadado ao desemprego.

Em outra parte do texto, Dines diz "O ministro, porém, ignora que sem jornalismo e sem jornalistas os historiadores teriam que inventar fatos. Ou contentar-se com documentos áridos, insossos, muitas vezes truncados e às vezes manipulados para parecerem verdadeiros. A história moderna, a crônica dos últimos 400 anos, deve muito aos profissionais do jornalismo."

Vale lembrar que o primeiro congresso de jornalistas foi em 1918. Em 1938 houve a primeira regulamentação da profissão. Em 1947 foi fundada a Faculdade Cásper Líbero - a primeira faculdade de jornalismo do Brasil.

Em 1808 foi fundado o primeiro jornal do Brasil, o Correio Braziliense, em terras britânicas. Hipólito José da Costa criou o Correio Braziliense exilado na Inglaterra, em 1808, sem diploma.

Vlado trabalhou n'O Estado de S. Paulo, três anos na BBC de Londres. Na década de 70 tornou-se diretor do departamento de telejornalismo da TV Cultura. Em 25 de outubro de 1975, Wladimir Herzog foi encontrado morto após ser torturado no DOI-CODI. Wladimir não tinha diploma de jornalismo.

Demetrio Giuliano Gianni Carta entrou no curso de Direito da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, cursou os primeiros anos e abandonou. Nunca se formou. Mino Carta - como é conhecido - dirigiu equipes de criação de algumas importantes publicações do país, como a Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Revista Veja, IstoÉ e Carta Capital. Em 2006 ganhou o prêmio Jornalista Brasileiro de Maior Destaque no Ano da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE). Mino Carta não possui diploma de jornalismo.

Em 1960 ele acompanhou a inauguração de Brasília, e nos 10 anos seguintes manteve-se por lá para noticiar sobre o Congresso. Passou pelo Correio da Manhã, Folha de S. Paulo, Revista Veja, Jornal do Brasil e IstoÉ. Em 1987 criou a Superinteressante e a dirigiu por 8 anos. Em 2002 escreveu o livro "Idiotas & Demagogos - Pequeno Manual de Instruções da Democracia". Almyr Gajardoni - meu pai - não possui diploma de jornalismo.

Em 1965 ele entrou para o grupo Bloch e escreveu na extinta Revista Manchete. Em 1968 tornou-se correspondente do grupo em Nova York. Em 1975 foi contratado pela Rede Globo e foi correspondente internacional de 1985 até 1990. Em 1993 criou o programa Manhattan Connection no canal a cabo GNT em que é apresentador até hoje. Além disso, Lucas Mendes possui uma coluna periódica com a BBC. Lucas Mendes não possui diploma de jornalismo.

Em seus mais de 50 anos de carreira, dirigiu e lançou diversas revistas e jornais no Brasil e em Portugal. Leciona jornalismo desde 1963, e, em 1974, foi professor visitante da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, Nova York. Foi editor-chefe do Jornal do Brasil durante 12 anos e diretor da sucursal da Folha de São Paulo no Rio de Janeiro. Dirigiu o Grupo Abril em Portugal, onde lançou a revista Exame. Depois de anos driblando a ditadura à frente do Jornal do Brasil, foi demitido em junho de 2004 justamente por publicar um artigo que contrariava a direção do jornal, ao criticar a relação amistosa de seus donos com o governo do estado do Rio de Janeiro. Criou o site Observatório da Imprensa, o primeiro periódico de acompanhamento da mídia, que conta atualmente com versões no rádio e na TV.Atualmente é pesquisador sênior do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, onde foi co-fundador. Alberto Dines, pasme, não possui diploma de jornalismo.

E então, onde estão os bons jornalistas diplomados?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Pra se sentir velho...

Deu no Boing Boing:

A revista da BBC deu ao garoto de 13 anos Scott Campbell, um legítimo Walkman Sony para que ele utilizasse no lugar de seu player de MP3 por uma semana. Esta foi a resposta do garoto:

Levei 3 dias para descobrir que havia outro lado na fita. Este não foi o único erro ingênuo que cometi; achei que o botão de metal/normal referia-se à equalização de acordo com o gênero da música e mais tarde descobri que na verdade tem a ver com o tipo de fita cassete que estou utilizando. Uma coisa que senti falta foi o shuffle do iPod, para escolher uma música randômica. Realmente o Walkman fica devendo essa. Mas eu consegui improvisar apertando o rewind por algum tem e soltando ao acaso. Funciona, mas é trabalhoso. Quando contei para meu pai a minha invenção, sua resposta mostra uma diferença fundamental com os players de hoje, sem partes móveis. Em suas palavras, “walkman come fitas”. Ou seja, ao clicar um monte de vezes para simular o shuffle eu poderia ter arruinado minha fita preferida, me deixando sem música o resto do dia.

fonte

sábado, 27 de junho de 2009

WTF?



Darwin wins!