quarta-feira, 2 de abril de 2008

Deus dengoso

O Dr.Drauzio Varella disse numa matéria do Fantástico, que morrer de dengue em pleno século XXI é um absurdo. Não podia estar mais correto. O Rio de Janeiro teve 57.010 casos até agora, com 67 mortes. Sociedade má informada? Governo omisso? Sistema de Saúde falho? Tudo tornou-se uma grande bola de neve que está descendo ladeira abaixo, cada dia maior e mais destruidora.
Cesar Maia, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, reconheceu, depois de 31 mortes e 33 mil casos de dengue, que houveram algumas falhas na prevenção a dengue e descartou que isso seja uma epidemia. Segundo pesquisas, a prefeitura do Rio deixou de usar 5.4 milhões de reais na prevenção de vetores - como a dengue - em 2007. Além disso, diminuiu em 48,6% a previsão de gastos em prevenção e combate à dengue para este ano no Rio - passou de R$ 39,5 milhões (valores atualizados) em 2007 para R$ 20,3 milhões em 2008. Até o dia 24 de março, foram gastos incríveis 704 mil reais. Além disso, a prefeitura não planejou nenhuma ação direta ou programa de trabalho específico contra a dengue no Orçamento de 2007 e tanto o Estado como a administração municipal reduziram os valores aplicados no controle da doença nos últimos anos.

Especialistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estiveram reunidos para discutir a proliferação da doença no Estado e afirmaram que o Rio vive a mais grave epidemia de dengue. O grupo apontou ainda o modelo de assistência médica do Rio como um dos principais fatores para o número de mortes por dengue acima do esperado.

"É a mais séria epidemia que já tivemos no Rio. Não pelo número de mortes, mas porque é um marcador do que ainda pode vir", disse Paulo Sabroza, epidemiologista da fundação.

O que você faria se fosse o prefeito da cidade do Rio de Janeiro? Intensificar o combate ao mosquito? Colocar todos os médicos disponíveis em plantão para atender todos os doentes? Cesar Maia foi além. Na Bahia, pediu para o Senhor do Bonfim que leve todos os mosquitos da dengue para o mar.

Dr.Drauzio Varella disse que é um absurdo morrer de dengue no século XXI, mas parece que Cesar Maia quer assim, tomando atitudes dignas da Idade Média, no combate a um mosquito de pouco mais de 5 milímetros, ao invés de tomar atitudes sérias, que consiga amenizar a situação e salvar vidas.

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