Precisamos conversar.
Mesmo?
É.
O que está acontecendo?
Nada, por que?
Você não me parece nada contente, anda sendo grosso com as pessoas, as pessoas te desejam bom dia e você devolve "o que há de bom?". Não estou gostando nada disso.
Olha, eu tô cheio de problemas atualmente, será que dá pra você parar de encher o saco?
Ah, agora eu encho o saco! Tô sacando. Agora você não quer saber.
Você faz idéia das coisas que aconteceram ultimamente comigo?
Lógico que sei. Eu sou sua vida.
Exatamente. Então não força a barra.
Olha, eu posso te ajudar. Mas você tem que se abrir comigo.
Mais?
Como assim, mais? Você nunca fala nada com ninguém.
Como não?
Sobre seus problemas?
Não sei se todos precisam ficar sabendo de meus problemas...
Alguém?
Bem, o Raul sabe de alguma coisa. Comentei algo com a Ana. O Vitão sabe, pergunta pra ele.
Ele tá em outro continente agora.
Ah é... verdade.
Fale comigo, então.
Olha, eu não me sinto bem me abrindo assim...
Tem vergonha de mim? Eu sou você.
Eu sei. Mas é estranho... Eu me imagino conversando comigo mesmo e não gosto dos conselhos que me dou.
Então toma.
Ah, mas isso é muito clichê.
O quê?
Limões? Você está me dando limões?
Você sabe o que dizem... "Quando a vida lhe dá limões..."
"...faça uma limonada". Mas vou te dizer. Não vou fazer nada com isso.
Como assim?
Quem disse que eu quero uma limonada agora?
Mas...
Você podia me dar Agave Azul. Muito mais útil.
Agave Azul?
É. Assim eu fazia tequila, ficaria bêbado e conseguiria te aturar por mais meia-hora.
Não seja ingrato.
Não seja previsível.
Você está sendo difícil, rapaz.
É, e o que você vai fazer? Me dar mais limões?
Não. Mas vou deixá-los bem azedos.
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Um comentário:
Duro ter dupla personalidade quando as duas são cabeça dura, hein???
e já disse e repito, o final tá ótimo! :D
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