O conceito de raça, no aspecto biológico, caiu. Tornamo-nos um só: Humanos, apenas.
Uma pesquisa foi feita e concluiu: Não existem raças entre os humanos.
A pesquisa analisou oito mil amostras genéticas de pessoas do mundo inteiro e não conseguiram determinar, biologicamente, diferenças significativas entre as "raças" humanas. Para que o conceito de raça tivesse validade científica, "essas diferenças teriam de ser muito maiores", disse Alan Templeton, biólogo que dirigiu a pesquisa. Ou seja, não importa a cor da pele, as feições do rosto, a estatura ou mesmo a origem geográfica de qualquer ser humano (traços que distinguem culturalmente as etnias): geneticamente, somos todos muito semelhantes.
O trabalho realizado pela equipe de Templeton se somou a pesquisas anteriores que já vinham apontando essa unidade na espécie humana. "Infelizmente, a noção popular de raça esteve sempre tão vinculada erroneamente à biologia que será difícil derrubar essa crença", afirmou o cientista americano. "Mas acho que uma das formas mais úteis é justamente o cruzamento cultural que percebi no Brasil". Ele e sua equipe passaram os últimos dois anos usando as mais modernas técnicas da biologia molecular para analisar o chamado DNA mitocondrial (material genético herdado por todos nós, geração após geração, apenas pelo lado da mãe). Bem como o cromossomo Y do código genético (herdado apenas pelo lado do pai) e o DNA contido no núcleo de todas as células do organismo (herdado dos dois sexos).
Esses dados, colhidos de doadores anônimos das mais diversas partes do globo, inclusive de índios brasileiros, foram então inseridos em computadores programados para análises criteriosas.
Os resultados mostraram que, quando há diferença genética significativa, pelo menos 85% dela acontece entre indivíduos dentro de um mesmo grupo étnico (como os asiáticos, por exemplo). As diferenças entre etnias (brancos europeus e negros africanos, por exemplo), que seriam a base para haver raças distintas, são de apenas 15% ou menos que isso. "Um índice muito abaixo do nível usado para diferenciar raças dentro de qualquer espécie animal", explica Templeton. Isso quer dizer que dois brancos europeus diferem mais entre si do que em conjunto diferem de um africano. "Portanto, os humanos são a mais homogênea espécie que conhecemos", diz ele.
"As diferenças genéticas das amostras colhidas nos dizem que, desde o princípio, as linhagens humanas rapidamente se espalharam para toda a humanidade, indicando que as populações sempre tiveram um grande grau de contato genético." Esses resultados mexem com duas teorias sobre a evolução humana que têm nomes associados a objetos – o Modelo Treliça e o Modelo Candelabro. As duas teorias concordam que a espécie humana surgiu na África há dois ou três milhões de anos e há 150 mil anos os descendentes daqueles primeiros humanos iniciaram um processo migratório rumo ao que é hoje a Europa e a Ásia. O Modelo Candelabro afirma, porém, que esse movimento migratório aconteceu numa leva só e se espalhou pelos continentes europeu e asiático, dando origem a três diferentes raças biológicas (a branca européia, a amarela asiática e a negra, que permaneceu no continente africano).
Para o Modelo Treliça, agora reforçado pelo trabalho de Templeton, a mobilidade humana foi muito maior do que se chegou a pensar. Os descendentes dos antepassados que migraram para a Europa e a Ásia fizeram o caminho de volta à África. E repetiram a saída e a volta algumas vezes. Assim, os genes humanos foram intercambiados globalmente, "não tanto por dom-juans individuais, mas através de ligações entre populações adjacentes". Isso quer dizer que "da mesma forma que você percebe a interligação da treliça quando olha para uma esteira de palha, com as modernas técnicas de estudo molecular você também encontra genes em uma determinada população compartilhados por toda a humanidade". Conclusão: "Não há ramos nem linhagens distintas; pela moderna definição de raça, não há raças na espécie humana", afirma categoricamente o biólogo americano.
Muito antes dessa pesquisa, Arthur Schopenhauer já havia destruído todo o conceito racial, "a cor branca da pele não é natural ao homem, que, por natureza, tem pele negra ou escura, como nossos antepassados. Por conseguinte, do seio da natureza nunca surgiu originalmente nenhum homem branco e, portanto, não existe uma raça branca, embora se fale muito a respeito, mas indivíduos que perderam a cor. Impelido ao Norte, que lhe era desconhecido, onde ele apenas subsistiu como as plantas exóticas e, como estas, precisou de uma estufa no inverno, o ser humano foi embranquecendo no decorrer dos milênios".
Mas trago o ponto dito nos comentários da postagem abaixo pra cá: Os negros são tão preconceituosos quanto os brancos. De fato, alguns são. Assim como nem todos os brancos o são. Mas vejo um motivo mais pertinente no desafeto do negro sobre o branco. Por muito tempo o negro foi visto como alguém inferior, foi usado como escravo, foi reprimido, violentado e mal-tratado. A necessidade de demonstração de orgulho pela cor da pele é justificada pelo fato de que por causa da cor de sua pele ele foi taxado de inferior. Ele não pode mudar esse fato para evitar o ódio, então ele faz de sua pele sua bandeira contra a opressão.
Não podemos, nós brancos que não temos problemas com a melanina alheia, exigir dos negros que carregam um ódio justificado pelos brancos para deixarem de lado esse ódio e abraçarem a idéia de que raça não existe. Primeiro precisamos, nós brancos, mostrarmos que todos possuem as mesmas chances no aspecto social, profissional, ético, etc... O ódio dos negros com os brancos só existe porque os brancos denegriram e odiaram os negros primeiro. Corrijam-me se estiver enganado, mas não conheço nenhuma nação de maioria negra escravizando brancos.
Outro ponto é o da demonstração de orgulho pela melanina. Acho que os negros necessitam desse sentimento de orgulho para, primeiro, tirar o estigma da inferioridade impregnado pelo branco por tanto tempo, depois, para mostrar que o branco pode oprimir, discriminar, os negros não vão sumir, muito menos aceitar a condição imposta injustamente. Sendo assim, não vejo motivo algum para um branco usar "100% branco" como um negro usa "100% preto". O branco necessita do orgulho pra quê? É como os heterossexuais que acham que necessitam de um "dia do orgulho hetero" só porque os gays possuem o "dia do orgulho gay". Como se heterossexuais fossem espancados no meio da rua por gostarem do sexo oposto para justificar essa necessidade de orgulho.
Termino o texto com uma citação de Christopher Hitchens, do livro Cartas a um jovem contestador: "Durante anos, na época em que eu ia renovar meu passe anual no Senado dos Estados Unidos, me mandavam preencher dois formulários. O primeiro perguntava sobre meus dados biográficos e o segundo estipulava que eu tinha assinado o anterior sob pena de perjúrio. Eu ficava agradecido pelo último formulário porque, quando instado a declarar minha "raça", sempre escrevia "humano" no quadrado correspondente. Isso levou a uma discussão anual. "Assinale 'branca'", disse-me certa vez um funcionário - afro-americano, devo acrescentar. Expliquei que branco não era sequer uma cor, muito menos uma raça. Também chamei sua atenção para a provisão de perjúrio, que me obrigava a declarar apenas a verdade. "Assinale 'caucasiano'", me disseram em outra ocasião. Eu disse que não tinha nenhuma ligação com Cáucaso e nenhuma crença na etnologia superada que havia produzido a categoria. E assim continuou até que, certo ano, não havia mais espaço para raça no formulário"
Uma pesquisa foi feita e concluiu: Não existem raças entre os humanos.
A pesquisa analisou oito mil amostras genéticas de pessoas do mundo inteiro e não conseguiram determinar, biologicamente, diferenças significativas entre as "raças" humanas. Para que o conceito de raça tivesse validade científica, "essas diferenças teriam de ser muito maiores", disse Alan Templeton, biólogo que dirigiu a pesquisa. Ou seja, não importa a cor da pele, as feições do rosto, a estatura ou mesmo a origem geográfica de qualquer ser humano (traços que distinguem culturalmente as etnias): geneticamente, somos todos muito semelhantes.
O trabalho realizado pela equipe de Templeton se somou a pesquisas anteriores que já vinham apontando essa unidade na espécie humana. "Infelizmente, a noção popular de raça esteve sempre tão vinculada erroneamente à biologia que será difícil derrubar essa crença", afirmou o cientista americano. "Mas acho que uma das formas mais úteis é justamente o cruzamento cultural que percebi no Brasil". Ele e sua equipe passaram os últimos dois anos usando as mais modernas técnicas da biologia molecular para analisar o chamado DNA mitocondrial (material genético herdado por todos nós, geração após geração, apenas pelo lado da mãe). Bem como o cromossomo Y do código genético (herdado apenas pelo lado do pai) e o DNA contido no núcleo de todas as células do organismo (herdado dos dois sexos).
Esses dados, colhidos de doadores anônimos das mais diversas partes do globo, inclusive de índios brasileiros, foram então inseridos em computadores programados para análises criteriosas.
Os resultados mostraram que, quando há diferença genética significativa, pelo menos 85% dela acontece entre indivíduos dentro de um mesmo grupo étnico (como os asiáticos, por exemplo). As diferenças entre etnias (brancos europeus e negros africanos, por exemplo), que seriam a base para haver raças distintas, são de apenas 15% ou menos que isso. "Um índice muito abaixo do nível usado para diferenciar raças dentro de qualquer espécie animal", explica Templeton. Isso quer dizer que dois brancos europeus diferem mais entre si do que em conjunto diferem de um africano. "Portanto, os humanos são a mais homogênea espécie que conhecemos", diz ele.
"As diferenças genéticas das amostras colhidas nos dizem que, desde o princípio, as linhagens humanas rapidamente se espalharam para toda a humanidade, indicando que as populações sempre tiveram um grande grau de contato genético." Esses resultados mexem com duas teorias sobre a evolução humana que têm nomes associados a objetos – o Modelo Treliça e o Modelo Candelabro. As duas teorias concordam que a espécie humana surgiu na África há dois ou três milhões de anos e há 150 mil anos os descendentes daqueles primeiros humanos iniciaram um processo migratório rumo ao que é hoje a Europa e a Ásia. O Modelo Candelabro afirma, porém, que esse movimento migratório aconteceu numa leva só e se espalhou pelos continentes europeu e asiático, dando origem a três diferentes raças biológicas (a branca européia, a amarela asiática e a negra, que permaneceu no continente africano).
Para o Modelo Treliça, agora reforçado pelo trabalho de Templeton, a mobilidade humana foi muito maior do que se chegou a pensar. Os descendentes dos antepassados que migraram para a Europa e a Ásia fizeram o caminho de volta à África. E repetiram a saída e a volta algumas vezes. Assim, os genes humanos foram intercambiados globalmente, "não tanto por dom-juans individuais, mas através de ligações entre populações adjacentes". Isso quer dizer que "da mesma forma que você percebe a interligação da treliça quando olha para uma esteira de palha, com as modernas técnicas de estudo molecular você também encontra genes em uma determinada população compartilhados por toda a humanidade". Conclusão: "Não há ramos nem linhagens distintas; pela moderna definição de raça, não há raças na espécie humana", afirma categoricamente o biólogo americano.
Muito antes dessa pesquisa, Arthur Schopenhauer já havia destruído todo o conceito racial, "a cor branca da pele não é natural ao homem, que, por natureza, tem pele negra ou escura, como nossos antepassados. Por conseguinte, do seio da natureza nunca surgiu originalmente nenhum homem branco e, portanto, não existe uma raça branca, embora se fale muito a respeito, mas indivíduos que perderam a cor. Impelido ao Norte, que lhe era desconhecido, onde ele apenas subsistiu como as plantas exóticas e, como estas, precisou de uma estufa no inverno, o ser humano foi embranquecendo no decorrer dos milênios".
Mas trago o ponto dito nos comentários da postagem abaixo pra cá: Os negros são tão preconceituosos quanto os brancos. De fato, alguns são. Assim como nem todos os brancos o são. Mas vejo um motivo mais pertinente no desafeto do negro sobre o branco. Por muito tempo o negro foi visto como alguém inferior, foi usado como escravo, foi reprimido, violentado e mal-tratado. A necessidade de demonstração de orgulho pela cor da pele é justificada pelo fato de que por causa da cor de sua pele ele foi taxado de inferior. Ele não pode mudar esse fato para evitar o ódio, então ele faz de sua pele sua bandeira contra a opressão.
Não podemos, nós brancos que não temos problemas com a melanina alheia, exigir dos negros que carregam um ódio justificado pelos brancos para deixarem de lado esse ódio e abraçarem a idéia de que raça não existe. Primeiro precisamos, nós brancos, mostrarmos que todos possuem as mesmas chances no aspecto social, profissional, ético, etc... O ódio dos negros com os brancos só existe porque os brancos denegriram e odiaram os negros primeiro. Corrijam-me se estiver enganado, mas não conheço nenhuma nação de maioria negra escravizando brancos.
Outro ponto é o da demonstração de orgulho pela melanina. Acho que os negros necessitam desse sentimento de orgulho para, primeiro, tirar o estigma da inferioridade impregnado pelo branco por tanto tempo, depois, para mostrar que o branco pode oprimir, discriminar, os negros não vão sumir, muito menos aceitar a condição imposta injustamente. Sendo assim, não vejo motivo algum para um branco usar "100% branco" como um negro usa "100% preto". O branco necessita do orgulho pra quê? É como os heterossexuais que acham que necessitam de um "dia do orgulho hetero" só porque os gays possuem o "dia do orgulho gay". Como se heterossexuais fossem espancados no meio da rua por gostarem do sexo oposto para justificar essa necessidade de orgulho.
Termino o texto com uma citação de Christopher Hitchens, do livro Cartas a um jovem contestador: "Durante anos, na época em que eu ia renovar meu passe anual no Senado dos Estados Unidos, me mandavam preencher dois formulários. O primeiro perguntava sobre meus dados biográficos e o segundo estipulava que eu tinha assinado o anterior sob pena de perjúrio. Eu ficava agradecido pelo último formulário porque, quando instado a declarar minha "raça", sempre escrevia "humano" no quadrado correspondente. Isso levou a uma discussão anual. "Assinale 'branca'", disse-me certa vez um funcionário - afro-americano, devo acrescentar. Expliquei que branco não era sequer uma cor, muito menos uma raça. Também chamei sua atenção para a provisão de perjúrio, que me obrigava a declarar apenas a verdade. "Assinale 'caucasiano'", me disseram em outra ocasião. Eu disse que não tinha nenhuma ligação com Cáucaso e nenhuma crença na etnologia superada que havia produzido a categoria. E assim continuou até que, certo ano, não havia mais espaço para raça no formulário"
10 comentários:
Que matéria fantástica.
Fez o meu dia!
Em busca do mundo perfeito...
Imagine.
è fato mesmo, que muitos "negros" são mais preconceituosos do que os "brancos".
Outro fato q vou tentar achar, q os negros por umas epocas tinham indianos como escravos.
mas a questão é:
se a melanina faz a diferença, então um negro que é albino vai ter preconceito contra quem?
-Eu não estou falando mal daquele cara. Por que ele pode falar mal de mim?
-Porque um cara parecido com ele foi vítima de um cara parecido com você.
-Mas o que temos, ele e eu, a ver com isso?
-Nada, mas ele pode falar o que quiser de você, mas se você disser alguma coisa, vai ser processado.
"100% Branco" é uma sátira, não um movimento de orgulho branco. Usar "100% Negro", no entanto, é uma forma de demonstração pública de orgulho, o que mostra que aquela pessoa escolheu um lado, e se coloca como diferente do resto. E, no caso de parcialidade sobre "raça", isso já se encaixa em racismo, tão odiado. Brigar por alguma causa é válido. Deixar registros sobre eventos é válido. Mas coninuar vivendo e jogando na cara dos outros erros cometidos por outras gerações, isso sim é uma total falta de respeito. É esse tipo de coisa que faz com que o racismo continue ativo.
Assim como ser um diretor judeu polonês e fazer um filme sobre o holocausto. Enquanto as artes fazem do mundo um lugar só, movimetos de orgulho de qualquer merda dividem as pessoas em subpastas.
Pro Grego: Se a diferença é mesmo tão pequena, e a mudança é na melanina, então não existem negros albinos. Mesmo nascendo em uma família totalmente negra, ele será branco. Mas, caso ainda queira supor, então o negro albino poder ter preconceito contra o Michael Jackson.
"100% Branco" é uma sátira, não um movimento de orgulho branco"
Acho que só dá pra responder por si próprio não?
"Mas coninuar vivendo e jogando na cara dos outros erros cometidos por outras gerações, isso sim é uma total falta de respeito. É esse tipo de coisa que faz com que o racismo continue ativo."
Nenhum negro está jogando nada na cara de ninguém. Usar uma camiseta 100% negro pode ter uma série de motivações.
Aqueles que usam por motivo de orgulho não ferem o meu respeito.
Eu mesmo devo sentir orgulho porque posso conviver tranquilamente sem discriminação.
O que mantém o racismo vivo é essa indignação com o orgulho alheio.
Caro Moisés, talvez você não tenha entendido. A questão é que, por aqui, um negro pode chamar um branco de branquelo, e o branquelo não pode fazer nada. Se for o caso contrário, o branquelo pode ir preso. Do mesmo jeito digo que, se negros usam "100% Negro", por qualquer que seja o motivo, é legal. Se eu uso "100% Branco", pelos MEUS particulares motivos, sou um racista.
Como se pode falar em igualdade dessa maneira?
Só pra constar: O cara com baunilha tá morando na Gringolândia e lá a realidade é bem diferente daqui.
Lá existe uma birra forte. Se um white trash fala a palavra nigger, uma nova guerra civil inicia-se naquele país.
E de fato, lá nos U.S. and A tem muito negro racista, o ódio por lá é muito maior e cega as pessoas de muitas maneiras...
O que o Splash (com.baunilha) falou tem certa razão. Se queremos igualdade, tanto o branco quanto o preto podem ser 100%. Mas o fato que enalteci no post é que eu vejo mais motivos para o negro orgulhar-se de ser negro do que o branco em ser desbotado. Eu particularmente não vejo motivo algum para um branco orgulhar-se de sua pele, da mesma forma que não vejo vantagem alguma em alguém ter orgulho de seu país, cidade, bairro, etc... É como o Splash falou: Quando se escolhe um lado, é porque você acha o(s) outro(s) ruim(ns).
Mas Splash, você está apenas mostrando que alguns negros são racistas, mas ainda existe muito branco racista, ainda há muita discriminação por parte de alguns brancos. E isso também alimenta o racismo, e muito.
Eu sinceramente espero que um dia o negro não precise mais se orgulhar de sua pele pra nada. Porque, no fim, somos todos a mesma coisa.
Naturalmente. Inclusive ainda existe trabalho escravo no mundo, o que me dá vergonha de ter 46 cromossomos.
Mas, quem busca a igualdade entre as "raças" (e depois deste texto, nunca mais escrevo "raças" sem as áspas, quando referido à etnia dos humanos), eu diria que a cota nas faculdades é uma medida racista, pois é como considerar que negros são menos inteligentes que brancos.
Eu ia exatamente comentar sobre o patriotismo, que é um freio para a evolução social. Ainda arriscaria falar sobre a âncora que é a religião, mas esse é o tipo de coisa que cada um acredita na sua de uma maneira tão cega que não há como discutir.
Eu acreditava ser um ato de segregação o uso de camisetas com 100% negro.
Mas parece-me mais sensato entender isso como um ato de orgulho, pois os negros, assim como as mulheres e os homo, sofrem preconceito. Dia da mulher é algo extremamente preconceituoso.
Se o conceito de raça não existe ou se o negro é mais inteligente ou mais burro que o branco não me incomoda. O que me incomoda é esse meu cabelo duro igual a palha de aço.
Meu cabelo é duro e áspero. R$ 100,00 de escova progressiva e Hene toda semana + tratamento de hidratação. Cansei de gastar dinheiro e tantas horas. Hoje raspo a minha cabeça semanalmente. Sou mulato e não gosto disso. Sabe pq sou racista? Não gosto da minha cor marrom nem do meu cabelo nem do meu nariz largo e achatado. Freire fala da democracia racial através da miscigenação racial porque ele não tem o nariz que eu tenho. Sou mulato e não gosto disso. Minha mãe branca se casou com um negro pq tinha dinheiro e aqui estou eu com esse meu cabelo duro e com esse sentimento de revolta. Pq nao nasci branco? O que eu fiz para merecer isso?
Ótima matéria,mas acredito que muitos terão resistência ao ler.Gostei da forma escrita, me pareceu algo imparcial,criterioso e confiavel.Realmente existe um odio negro em quanto aos brancos, isso se faz por todo o contexto que ja vivemos até os dias de hoje.Acredito que o ser humano n nasceu para viver excluindo e muito menos inferiorizado, nascemos para viver em grupo e nos sentirmos aceitos! por isso q são feitos tantos estudos de Psicologia Social. Sou negra e as vezes sofro preconceito por n ter aquele cabelo "padrão" (risos),dai surge mais um preconceito, querer limitar pessoas supostamente negra ou branca á determinadas caracteristicas q quando rompidas trazem espanto a sociedade, pois é, existe preconceito, mas acredito q ja é hora de aprender a lidar com eles.
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